Descrição
Berimbau Médio
O berimbau é um instrumento musical essencial na roda de capoeira, desempenhando um papel central tanto na música quanto na dinâmica da prática. Entre os diferentes tipos de berimbau, o berimbau médio ocupa uma posição de destaque. Vamos explorar suas qualidades e importância na roda de capoeira.
Berimbau Médio
Berimbau Médio e suas Qualidades na Roda de Capoeira
Características do Berimbau Médio
O berimbau médio, como o nome sugere, possui um som intermediário entre o berimbau gunga (grave) e o berimbau viola (agudo). Ele é composto por três partes principais: a verga (uma vara de madeira flexível), a cabaça (um fruto seco e oco que serve como caixa de ressonância) e a arame (um fio de aço). Além disso, utiliza-se uma baqueta (vara fina de madeira) e uma dobrão (moeda ou pedra) para tocar, além do caxixi (chocalho) para adicionar uma percussão rítmica.
Papel do Berimbau Médio na Roda de Capoeira
Na roda de capoeira, o berimbau médio cumpre várias funções importantes:
1. Harmonia e Equilíbrio**: O berimbau médio fornece um equilíbrio sonoro entre o berimbau gunga e o berimbau viola, criando uma harmonia agradável. Seu som intermediário contribui para uma textura musical rica e bem equilibrada.
2. Versatilidade Rítmica**: Graças ao seu tom médio, este berimbau pode alternar entre ritmos graves e agudos com facilidade, adaptando-se bem a diferentes estilos e toques de capoeira. Ele é capaz de executar uma ampla gama de padrões rítmicos, desde os mais lentos e cadenciados até os mais rápidos e intensos.
3. Comunicação e Diálogo**: Em uma roda de capoeira, os diferentes berimbaus muitas vezes dialogam entre si. O berimbau médio, com seu som intermediário, atua como uma ponte de comunicação entre o gunga e o viola, facilitando uma interação fluida e dinâmica entre os instrumentos.
4. Apoio à Musicalidade e ao Jogo**: O berimbau médio sustenta a musicalidade da roda, oferecendo uma base rítmica sólida que guia os movimentos dos capoeiristas. Ele ajuda a manter o ritmo e a energia da roda, incentivando os jogadores a se moverem de forma sincronizada e harmoniosa.
Qualidades do Berimbau Médio
Resonância Equilibrada: A cabaça do berimbau médio proporciona uma ressonância clara e equilibrada, que pode ser ouvida distintamente na roda, sem sobrepor ou ser sobreposta pelos outros instrumentos.
Durabilidade e Flexibilidade: A verga, geralmente feita de madeira resistente como biriba ou bambu, oferece durabilidade e flexibilidade, permitindo que o instrumento suporte o uso frequente e as variações de tensão durante o jogo.
Acessibilidade: O berimbau médio é frequentemente escolhido por capoeiristas iniciantes e experientes devido à sua acessibilidade e facilidade de uso. Ele oferece um bom ponto de partida para aqueles que estão aprendendo a tocar o instrumento, além de ser versátil para capoeiristas mais avançados.
Conclusão
O berimbau médio é um elemento essencial na roda de capoeira, contribuindo para a harmonia musical, a comunicação entre os instrumentos e o apoio ao jogo dos capoeiristas. Suas qualidades de ressonância equilibrada, versatilidade rítmica e durabilidade fazem dele uma escolha valiosa para qualquer roda de capoeira, enriquecendo a experiência musical e cultural desta prática única.
Como surgiu a capoeira regional?
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A luta regional baiana
Em 1932, um período em que a perseguição à capoeira já não era tão acentuada, mestre Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a primeira academia de capoeira da história. Bimba, ao analisar o modo como diversos capoeiristas utilizavam suas habilidades para impressionar turistas, acreditava que a capoeira estaria perdendo sua eficiência como arte marcial.
Dessa forma, Bimba, com auxílio de seu aluno José Cisnando Lima, tornoU-a mais eficiente para o combate, inserindo alguns movimentos/golpes de outras artes marciais, como o batuque. Mestre Bimba também desenvolveu um dos primeiros métodos de treinamento sistemático para a capoeira. Como a palavra capoeira ainda era proibida pelo código Penal, Bimba chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana.[16]
Em 1937, Bimba fundou o centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social, passando a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias.[16] Finalmente, em 1940, a capoeira saiu do código Penal brasileiro e deixou definitivamente a ilegalidade. Começou, então, um longo processo de desmarginalização da capoeira.
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