Descrição
Berimbau Gunga 1
O berimbau gunga é um dos três tipos principais de berimbau usados na capoeira, ao lado do médio e do viola.
O gunga é o maior dos três, com um corpo mais largo e uma cabaça (a caixa de ressonância feita de cabaça seca) maior, o que lhe confere um som mais grave e profundo.
Berimbau Gunga 1
Qualidades do Berimbau Gunga na Roda de Capoeira
1. Base Rítmica:
O gunga é essencial na roda de capoeira porque estabelece a base rítmica. Seu som grave e ressonante proporciona um pulso constante que guia o ritmo dos outros instrumentos e dos movimentos dos capoeiristas. Ele serve como o “coração” da roda, mantendo todos sincronizados.
2. Autoridade e Controle:
O berimbau gunga é geralmente tocado pelo capoeirista mais experiente ou pelo mestre da roda. Sua presença sonora forte confere autoridade, e o tocador do gunga tem o poder de mudar o ritmo e a dinâmica da roda, sinalizando mudanças nos movimentos e no jogo através de variações rítmicas e chamadas específicas.
3. Comunicação:
Na capoeira, a música e o canto são formas de comunicação. O gunga, com seu som poderoso, destaca-se na comunicação entre os capoeiristas e entre o líder da roda e os participantes. Ele pode ser usado para marcar o início e o fim dos jogos, para indicar momentos de ataque ou defesa e para chamar a atenção para certos aspectos do jogo.
4. Equilíbrio Sonoro:
O som grave do gunga equilibra as frequências mais agudas dos outros berimbaus (médio e viola) e dos instrumentos de percussão como o pandeiro e o atabaque. Essa combinação de sons cria uma paisagem sonora rica e completa, essencial para a experiência auditiva da roda de capoeira.
5. Tradição e Cultura:
O berimbau gunga também carrega um profundo significado cultural e tradicional. Seu uso na roda de capoeira é uma homenagem às raízes africanas e à história da capoeira. Ele representa a continuidade e a preservação de uma prática ancestral que foi transmitida de geração em geração.
Berimbau Gunga 1
Conclusão
O berimbau gunga, com seu som grave e potente, desempenha um papel crucial na roda de capoeira. Ele não só estabelece o ritmo e a estrutura da roda, mas também atua como um instrumento de comunicação e autoridade.
Sua presença assegura a harmonia sonora e a manutenção das tradições culturais, fazendo dele um elemento indispensável na prática da capoeira.
Como surgiu a capoeira regional?
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A luta regional baiana
Em 1932, um período em que a perseguição à capoeira já não era tão acentuada, mestre Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a primeira academia de capoeira da história. Bimba, ao analisar o modo como diversos capoeiristas utilizavam suas habilidades para impressionar turistas, acreditava que a capoeira estaria perdendo sua eficiência como arte marcial.
Dessa forma, Bimba, com auxílio de seu aluno José Cisnando Lima, tornou-a mais eficiente para o combate, inserindo alguns movimentos/golpes de outras artes marciais, como o batuque. Mestre Bimba também desenvolveu um dos primeiros métodos de treinamento sistemático para a capoeira. Como a palavra capoeira ainda era proibida pelo código Penal, Bimba chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana.[16]
Em 1937, Bimba fundou o centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social, passando a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias.[16] Finalmente, em 1940, a capoeira saiu do código Penal brasileiro e deixou definitivamente a ilegalidade. Começou, então, um longo processo de desmarginalização da capoeira.